Mudanças climáticas podem afetar drasticamente a produção de café como ela é feita hoje!

A partir de ensaios recentes do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), os próximos anos serão complexos para o café nosso de cada dia. Em 10 ou 20 anos, se novas variedades de cafeeiros não substituírem as atuais, o ca

fé brasileiro pode se tornar mais amargo e ácido. Esses ensaios simularam o clima futuro com mais CO₂ e menos água, indicando que os cafeeiros podem crescer mais, mas produzir menos frutos. As regiões de plantio também podem mudar.

Simulações da Unifei sugerem que 35% a 75% das terras atuais de cafezais podem se tornar inapropriadas devido ao clima, levando à busca por terras mais altas e frias. Estudos da Unicamp indicam que os cafezais podem se restringir às áreas mais altas do Sudeste e novas terras ao sul, como Rio Grande do Sul.

Celso Vegro, do Instituto de Economia Agrícola, alerta sobre a

cafezal agroflorestal jovem-RJ
foto de cafezal agroflorestal jovem no Rio de Janeiro.

necessidade de proteger os agricultores das mudanças climáticas, incluindo o uso de seguro rural.

Porém, a grande aposta em diversas regiões e a utilização do café sombreado, principalmente por agroflorestas. Desde 2013, variedades robustas amazônicas permitem cultivar café mantendo a floresta em Rondônia e Amazonas.

A produção de café envolve 330 mil produtores em quase 2 mil municípios. A maioria das propriedades é pequena (81% colhem até mil sacas por mês), mas 95% da produção vêm das propriedades médias ou grandes.

O café é extremamente importante para o agro brasileiro, sendo o principal produtor do mundo e 3º maior consumidor em seu mercado interno.

 

É por isso que na HIFA a gente desenvolve unidades demonstrativas de café sombreado por agrofloresta e aplicamos nosso indicador de qualidade evolutiva (IQSAF), para entendermos cada vez mais sobre a resiliência do café na sombra.

cobertura de cafezal agroflorestal jovem-RJ
foto de uso de consórcio de milho para cobertura de solo em cafezal agroflorestal jovem no Rio de Janeiro.

Este texto foi originalmente publicado por Pesquisa FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND.

Leia o original aqui. Texto de Carlos Fioravanti, da Revista Pesquisa FAPESP

A reportagem acima foi publicada com o título “Os cafezais se movem” na edição impressa nº 340, de junho de 2024.

 

 

 

 

 

 


Referências:

DIAS, C. G. et al. Climate risks and vulnerabilities of the Arabica coffee in Brazil under current and future climates considering new CMIP6 models. Science of The Total Environment. v. 907, 167753. 10 jan. 2024.

LOBO, A. K. M. et al. Physiological and molecular responses of woody plants exposed to future atmospheric CO2 levels under abiotic stresses. Plants. v. 11, n. 14, 1880. 20 jul. 2022.

VEGRO, C. L. R. A análise socioeconômica da lavoura cafeeira nos 80 anos do Instituto de Economia Agrícola (IEA): Um pot-pourri. Revista de Economia Agrícola. 2023.

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